Slackware Linux 15.0 lançada!

Depois de quase seis anos de espera, uma nova versão estável da Slackware Linux foi lançada! A versão 15.0, da distribuição GNU/Linux mais antiga ainda em desenvolvimento, foi finalizada depois de um ciclo de aperfeiçoamento que chegou perto de um ano, e que contou com a participação da comunidade para os testes de uma versão beta e duas candidatas.

A versão final disponibiliza o kernel Linux da série 5.15, linha mais recente com suporte de longo prazo e, antes de chegar a este ponto, um esforço em atualizações e testes envolveu mais de 400 versões diferentes do kernel, ao longo destes quase seis anos, antes de declararem a nova Slackware Linux estável.

Para que tenham uma idéia, o time de desenvolvimento lidou com “apenas” 34 versões diferentes de kernel antes de declararem como estável a versão anterior, 14.2.

O kernel Linux 5.15.19 disponibiliza atualizações como o suporte aprimorado a NTFS, bem como melhorias para processadores AMD, M1 da Apple, e Intel, incluindo suporte para a décima segunda geração destes chips.

Os ambientes gráficos notáveis contam com o KDE Plasma 5.23.5, em sua edição de aniversário de 25 anos, além do XFCE 4.16. Para lidar com e-mails, foi escolhido o Postfix, fazendo com que o Sendmail fosse movido para o diretório /extra, assim como os antigos imapd e ipop3d foram aposentados e substituídos pelo servidor Dovecot. Antigas versões do Qt foram abandonadas e a versão 5 é a padrão da distribuição agora.

Outras melhorias já vinham sendo anunciadas aqui mesmo no blog, durante estes estágios de desenvolvimento da distribuição, mas caso não as tenham acompanhado, te convido a visitar estas postagens anteriores, ou a ler o anúncio oficial de lançamento na página do projeto.

Para a obtenção de imagens ISO relativas à versão estável mais recente, utilizem os caminhos abaixo, de acordo com a arquitetura desejada:

32 bits – ftp://ftp.slackware.com:/pub/slackware-iso/slackware-15.0-iso

64 bits – ftp://ftp.slackware.com:/pub/slackware-iso/slackware64-15.0-iso

Aqueles que desejarem fazer o upgrade a partir da versão 14.2, o arquivo UPGRADE.TXT disponibiliza instruções detalhadas sobre como realizar o procedimento, sendo sempre recomendada a execução de um backup antes do processo de atualização.

A versão 15.0 da Slackware para arquiteturas ARM será anunciada em seguida e, para acompanhar os detalhes, a página do projeto pode ser consultada.

Update de BIOS sem reboot? Em servidores com Linux e Intel sim!

Publicação recente na Phoronix informa sobre um projeto de código aberto, desenvolvido por engenheiros da Intel para o kernel Linux, com a função de permitir que servidores que utilizem hardware compatível possam receber atualizações de firmware, como UEFI ou BIOS, sem que seja necessária a reinicialização destes sistemas.

A funcionalidade é particularmente importante, e bem-vinda, em ambientes onde o tempo de inatividade pode atrapalhar os negócios, ou interromper aplicações de missão crítica em execução no parque de servidores, permitindo a correção de bugs críticos ou relacionados a segurança, sem que ocorra interrupção nas atividades por eles realizadas.

Esse novo recurso nomeado como PFRUT, ou Platform Firmware Runtime and Telemetry, é parte da especificação ACPI, acrônimo para Advanced Configuration and Power Interface, amplamente utilizada nas diversas plataformas, o que pode significar que o recurso poderá futuramente ser disponibilizado também para sistemas operacionais Windows, e mesmo desktops.

Embora os primeiros relatos do projeto junto a publicação datem de setembro de 2021, aparentemente essa funcionalidade está sendo preparada para a versão 5.17 do kernel Linux, devendo ser incorporada a partir da segunda metade de janeiro.

Austrália aposta alto em sistemas GNU/Linux

Defence_Australia

Dentro de um plano de upgrades que já dura uma década, o Departamento de Defesa do Governo da Austrália irá migrar os últimos sistemas proprietários selecionados, para que passem a utilizar sistemas operacionais GNU/Linux.

Nesta última etapa, algo em torno de quatrocentos sistemas deixarão de ser baseados em sistemas Tru64 e VMS, este último sendo atualmente distribuído pela HP como OpenVMS, passando a utilizar arquitetura Intel com sistemas operacionais Red Hat Enterprise Linux. Até aqui já foram migrados mais de seiscentos sistemas.

Todos são sistemas de funções operacionais, desenvolvimento ou pesquisa, que fazem parte da rede de vigilância responsável pelo monitoramento do espaço aéreo em três instalações de radar em Queensland, Austrália Ocidental e Território do Norte. Centenas de sistemas Red Hat Enterprise estão situados em cada uma das três instalações.

Os centros de controle e comando, das três instalações, são monitorados pela Royal Australian Airforce em Adelaide, utilizando workstations HP que também executam Linux.

As informações foram fornecidas a um correspondente do site iTnews por Jamie Birse, engenheiro de sistemas Linux da BAE Systems, que atua junto ao Governo da Austrália, e que justificou a decisão pela migração para aproveitar os benefícios de customização, escalabilidade e economia oferecidos pelos sistemas Linux.

” A flexibilidade oferecida por ter acesso ao código fonte e ser capaz de realizar mudanças ao kernel, como escrever drivers para uma peça de hardware especializada em particular ou modificar kernels de inicialização foi muito importante “, disse Birse.

” O sistema operacional Red Hat ( também ) facilitou bastante a acomodação das diversas mudanças ao longo de todo o projeto, o que significa que sempre tivemos acesso a um grande número de novas ferramentas “.

O projeto, estimado em torno de vinte e cinco milhões de dólares, enfrentou vários desafios ao longo deste período, incluindo a configuração de servidores automatizados de implementações, que Birse atribuiu ao constante upgrade do ambiente.

Ele observou que, desde que os processos de automação para uma variedade de tarefas, incluindo a implementação de servidores, implantar / reinstalar os nós de processamento, a inicialização através de rede para a instalação em sistemas remotos, foi configurada, o processo para mudar para outro clone do Red Hat Enterprise é muito simples, o que ele entende oferecer uma maior flexibilidade para o Departamento de Defesa no futuro.

“Agora que os processos automatizados foram configurados, é muito fácil para nós para mudar para outro clone do REL como CentOS, Scientific Linux ou variantes da Oracle “, disse ele.